segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Cuidado com os idos de Novembro.

Acreditem, 
eu tentei.
Às vezes eu sinto que é tudo o que faço.
Se você olhar bem, ainda pode ver os calos nestas minhas mãos que construíram este império. Se você olhar de longe, ainda pode ver as cicatrizes da faca nas minhas costas. Não tenho as noções de grandeza de César, mas até tu, Bruto?
Tenho certeza quando digo que não machuco nenhum de vocês na mesma proporção que a mim. Tudo o que eu queria no mundo
era ficar.
Mas essa cratera no meu peito me engoliria inteira se eu ficasse. Não ia sobrar nenhum pedaço de mim para manter por perto. Essas mãos invisíveis na minha garganta enquanto eu tento - e eu juro que tento - me aproximar nunca mais iam soltar.
Uma laranja podre pode estragar a cesta inteira. O que acontece com vocês, então, que têm pelo menos duas?
Sempre fui metade lobo e metade corvo, e experimente trair um dos dois. Experimente trair os dois. Então experimente pedir perdão. Melhor ainda: experimente tentar manipulá-los a te aceitar de volta, clamando aos velhos tempos.
É preciso coragem, eu sei, depois que você arrancou o Perdão de mim com as próprias mãos sem cerimônia
Enquanto meu sangue ainda está sob suas unhas. 
Não 
aguento mais 
que me peçam perdão.
Um pouco de cautela faria bem a todos nós.
É um pouco desumano fincar essa faca nas minhas costelas tantas e tantas vezes e então me chamar de egoísta por guardar rancor.
Bateram o Titanic num maldito iceberg e então o culparam por não ser inafundável. 
Escrevo as palavras e então imediatamente as apago; não há combinações de letras o suficiente para 
toda 
essa 
raiva.
Talvez um dia vocês entendam a ruína. Talvez um dia sejam arruinados também. 
Talvez eu tenha ganhado o que era meu, mas o que é de vocês está com certeza 
guardado.
(jan. 26th)

Nenhum comentário:

Postar um comentário