segunda-feira, 10 de abril de 2017

O texto que obviamente é sobre você

Costumava achar que almas-gêmeas se reconheceriam mutuamente. Que todos saberiam que encontraram a sua, e o sentimento seria recíproco. 
Até que parei para pensar em você. Em nós. 
Não acredito em amor a primeira vista. Mas passei a acreditar que podemos reconhecer almas-gêmeas com um só olhar. 
Percebi, então, que embora você tenha sido a minha por anos, eu nunca fui a sua. Parece claro para mim agora: é possível, sim, termos almas-gêmeas não correspondidas. 
Todas aquelas frases nas quais nunca acreditei antes agora fazem sentido. Sobre conhecer as pessoas no momento errado. Sobre chances que nunca vieram, amores fortes demais, reais demais, para serem correspondidos. Sobre querer tanto alguma coisa que a estragamos. Eu entendo. 
Poucas coisas que quis na vida não me foram dadas: a volta de meu cachorro, uma ou outra peça de roupa e... você. 
Nos conhecemos cedo demais. Estragamos a imagem um do outro cedo demais. Você passou  a me ver como algo que nunca seria capaz de querer (minha personalidade pode ter contribuído para isso, eu sei), e eu passei a te ver como algo que queria para sempre. Nada disso mudou, depois de uma década. 
Às vezes eu queria que mudasse. 
Às vezes eu olho para você e seu cabelo arrumado/desarrumado e penso que meu Deus (!), eu moveria planetas inteiros para te deixar feliz. Sei que faria muito mais, se você pedisse. 
Penso nisso ao mesmo tempo que sei que hoje não te amo tanto quanto amei antes. É apenas algo do qual eu tenho certeza que faria, te amando tanto mais ou tanto menos. 
Tenho a impressão de que nada disso vai mudar. 
Bem. 
De volta à programação padrão.
(april 10th, 2017)

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